terça-feira, 1 de julho de 2008

OS DESAFIOS DA EMPREGABILIDADE DO PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA

OS DESAFIOS DA EMPREGABILIDADE DO PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA

Por Alfredo José da Silva Neto*

Muito embora, o mercado empregador em geral continue retraído, paradoxalmente, a Logística é uma das
poucas áreas em que a demanda por profissionais é muito maior que a oferta; com uma agravante, sem
perspectivas de equilíbrio nesta década em que estamos.
Muitos mestres e especialistas da área, afirmam que faltam profissionais qualificados e disponíveis no mercado e
que, uma das possíveis causas para essa deficiência é a ausência de cursos de graduação em logística.
Os que militam na área são geralmente, oriundos da engenharia, administração, informática ou comércio
exterior na sua maioria, mas não há restrição a profissionais formados em economia, advocacia ou outras áreas;
principalmente se trabalham no segmento, ou se aprimoraram seus conhecimentos através de cursos de
Especialização ou Pós em Logística. Existem provas incontestáveis no mercado de excelentes casos de
sucesso destes tipos de profissionais, que de formações das mais variadas, se encontraram e se desenvolveram
ao abraçar a Logística como atividade principal.
Alguns professores afirmam que, dentre os cursos disponíveis em graduação , não há preferência ou tendências
de busca para o "novo" mercado de trabalho. Mas, para enfrentar as inerências logísticas é imperioso
que os interessados na atuação deste mercado devam procurar cursos de pós-graduação na área.
Além disso, inglês e uma terceira língua também são diferenciais que podem valorizar o Curriculum Vitae do
pretendente a uma posição de destaque e uma boa remuneração.
O investimento em educação paga-se muito rapidamente: o salário médio de um analista de logística em início
de carreira chega a R$ 3 mil e um gerente recebe, em média, R$ 10 mil. E o descompasso entre a oferta e a
procura, sinalizam um crescimento desta última em progressão geométrica, diante de um nível
de aprovisionamento de profissionais tímido, e em progressão aritmética; o que leva o Mercado a buscar
soluções próprias para equilibrar esta crescente demanda.
E mais, não se sente uma política Central voltada a direcionar investimentos suficientes para minimizar o
desequilíbrio na formação desta requisitadíssima mão de obra. Assim sendo, não é difícil concluir que há muito a
ser feito e trabalhado no BRASIL nesta opção profissional, geradora de incomensuráveis oportunidades.
Dados do Fundo Monetário Internacional (FMI) revelam que os gastos com Logística consomem 17% do nosso
Produto Interno Bruto (PIB), devido à ineficiência da nossa infra-estrutura. Nos Estados Unidos, são gastos
10,5% do PIB. Os parâmetros mundiais indicam gastos médios aceitáveis em torno de 12%. Num cruzamento
comparativo entre a eficiência mundial com a eficiência brasileira, segundo especialistas do Segmento, verificase
um grande desequilíbrio, e um desperdício de US$ 25 bilhões anuais da nossa parte.
A deficiência brasileira em infra-estrutura e o mau estado da conservação da malha rodoviária e ferroviária, bem
como a precariedade dos modais alternativos, criam oportunidades de trabalho na área de logística no Brasil. E
com o surpreendente recorde nas exportações, o repensar global da Logística, e os investimentos em infraestrutura
que já se faziam necessários, agora se tornaram emergenciais.
Nunca é demais considerar as colocações do engº José de Ávila Jacintho, diretor técnico-operacional da
LOGÍSTICA L.S.I. (www.lsilogistica.com.br) , que também lamenta a ausência de cursos de graduação na área.
E lembra que logística não é só transporte, mas ocorre também dentro das empresas, para evitar o
desperdício de material.
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Reiterando que a valorização das atividades logísticas demorou a acontecer, e só ocorreu quando as grandes
empresas Multinacionais e Nacionais buscaram a redução de custos através da reengenharia e o aumento da
qualidade através dos programas e certificações exigidas pelo mercado. Bem como, quando os grandes
operadores logísticos chegaram no Brasil; com as suas ferramentas, seus parâmetros, suas metas e sobretudo
com um "know how" novo, motivando uma nova mentalidade do empresariado brasileiro à boa nova, que veio
para ficar. Condicionando o Mercado Brasileiro a se planejar e se aparelhar, otimizando as suas atuações para a
concorrência nos custos e diante de escalas mundiais. Neste particular a motivação veio de fora para dentro,
mas igualmente para ficar, e gerar cada vez mais mão de obra e profissionais que possam entender e se
atualizar com as evoluções do “benchmarking” internacional, que busca sempre uma melhoria contínua e
racionalização em todas as operações. E que optam, muito velozmente, por alternativas nos sistemas de
suprimentos e modais de transporte, diante de pressões mercadológicas, objetivando continuarem competitivas
ou manter a fidelização dos clientes conquistados.
O profissional de Logística deve contar com uma grande dose de dedicação à profissão, mas sobretudo
conhecer as nuances dos mercados em que atua, ser muito flexível e aberto às novidades e mudanças, além de
uma predisposição filosófica à velocidade e ligeireza na tomada de decisão. Os volumes do mercado mundial
de logística movimenta US$ 3,7 trilhões por ano , segundo o FMI. Os U.S.A. dominam 25% disto, ou seja algo
em torno de US$ 1 trilhão. Ao Brasil cabe a parcela de US$ 100 bilhões anuais, que é uma fatia muito pequena.
Existem inúmeras definições em função etimológicas, históricas, etc., mas na verdade resume-se no
entendimento do ciclo: entrega do produto certo, no lugar certo, na quantidade certa, num tempo certo e ao
menor custo possível. Podemos citar inúmeras outras, tais como: "Logística é a parte do processo da cadeia de
suprimento que planeja, implementa e controla o eficiente e efetivo fluxo e estocagem de bens, serviços e
informações relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, visando atender aos requisitos dos
consumidores." Igualmente diversificada é a opinião de algumas correntes técnicas quanto à formação
superior, como a Fundação Vanzolini (vide Franchescini, Paulino) que defendem que os profissionais a
serem focados em suprimentos e negociações em geral, dão ao administrador uma nítida vantagem; enquanto
que no quesito de armazenagem de materiais e estoques, os formados em engenharia se adaptariam
melhor. Esta posição não serve como regra geral, pois formados em tecnologia da informação, financeira,
marketing comercial, informática e comércio exterior, têm se saído muito bem no desempenho da Logística, que
é a opinião do Profº Maurício Lima do COPPEAD - UFRJ. Esta sedimentação será ainda mais linear e
homogênea quanto à performance e ao desempenho, tão logo seja posta em prática os parâmetros profissionais
defendidos pela ASLOG - Associação Brasileira de Logística, e a efetivação do processo de Certificação do
Profissional de Logística, em parceria com a UNICAMP, fato que, longe de ter objetivos seletivos, será sim uma
grande evolução no sentido de oferecer às Empresas do Segmento, uma plêiade de profissionais gabaritados a
desenvolver as suas tarefas com técnicas atualizadas e otimizadas, o que resultaria aos Operadores Logísticos,
competitividade concorrencial e crescimento de atuação nos Mercados em que atuam.
Porém, apesar dos pareceres de diferentes correntes, ainda existem algumas empresas multinacionais, que
além de uma graduação em escola de bom nível, pós-graduação e fluência em línguas, dão ênfase e preferência
aos candidatos que tenham certificados internacionais na área de Gestão da Cadeia de Supply Chain, ou
mesmo especialistas em suprimentos, produção e estoque; detentores do CPIM (Certified in Production and
Inventory Management), é preciso qualificação para estar no mercado.
Francischini, da Fundação Vanzolini, afirma que, no Brasil, poucos profissionais têm o dito certificado - cerca de
300 -, o que pode ser um diferencial favorável ao currículo. O CPIM é um processo de certificação profissional
voltado para profissionais de logística, manufatura, compras, vendas, distribuição e planejamento, envolvidos na
gestão da cadeia de abastecimento.
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Portanto, caro colega, se você tinha alguma dúvida em se decidir pela carreira, que até a bem pouco era
confundida com transporte e expedição, siga em frente; pois, a Logística ultrapassa os limites das atividades de
Transportes e Distribuição, abarcando o PPCP; Gestão de Compras, de Transportes, de Estratégia de Estoques;
Movimentação e Armazenagem, Gestão dos Pedidos dos Clientes, que gerará uma intrincada malha de relacionamentos e combinações, que implicará certamente numa imensa gama de oportunidades aos profissionais de Logística, a serem avaliados e certificados pela parceria entre a ASLOG - Associação Brasileira de Logística e a UNICAMP, já no decorrer deste semestre. Quem viver verá.
*Alfredo José da Silva Neto
Membro do Conselho Deliberativo da ASLOG
Geógrafo e Professor pela USP
Especialista em Logística Empresarial pelo Mackenzie
Representante Comercial da Brasilmaxi Logística
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São Paulo, SP, Brazil
PROFISSIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES Experiência de 17 anos desenvolvida em empresas como: EXPRESSO ARAÇATUBA, FC LOGÍSTICA, EXATA LOGÍSTICA, ÍMOLA TRANSPORTES, CELOTE LOGÍSTICA e LASELVA